Data: 19/07/2025

Autor: Kovespa

Proteja seu capital em 2025: 3 ETFs para blindar sua carteira da volatilidade

A incerteza bate à porta. Você está preparado para o 2º semestre?

Proteja seu capital em 2025: 3 ETFs para blindar sua carteira da volatilidade

Proteja seu capital em 2025: 3 ETFs para blindar sua carteira da volatilidade

O ano de 2025 avança para seu segundo semestre e o cenário para o investidor brasileiro exige mais do que otimismo: exige estratégia. Com o Ibovespa operando de forma lateral nos últimos meses e a inflação de serviços mostrando resiliência, acumulando alta de 4,8% nos últimos 12 meses até junho, a busca por proteção deixa de ser uma opção e se torna uma necessidade tática. A volatilidade, alimentada tanto por ruídos fiscais internos quanto pela cautela dos bancos centrais globais, pode corroer ganhos e testar a paciência até dos mais experientes.

Neste artigo, analisamos o cenário macroeconômico atual e apresentamos três ETFs (Exchange Traded Funds) listados na B3 que funcionam como verdadeiros escudos para diferentes tipos de risco. Mais do que simplesmente diversificar, o objetivo é entender como se proteger de forma inteligente contra a desvalorização cambial, a inflação persistente e a aversão ao risco global.


O Cenário de Incerteza: Por que a Defesa é o Melhor Ataque?

O contexto de julho de 2025 é marcado por uma dualidade complexa. No exterior, o Federal Reserve (Banco Central Americano) sinaliza uma pausa no ciclo de cortes de juros, mantendo o custo do dinheiro elevado e drenando liquidez dos mercados emergentes. Internamente, o debate sobre o arcabouço fiscal e a meta de resultado primário para 2026 gera ruídos constantes, impactando diretamente a curva de juros futuros e a confiança do investidor.

"Não estamos mais no cenário de 'risco zero' do pós-pandemia. O investidor que não tiver uma alocação estratégica em ativos descorrelacionados com o risco-Brasil pode ser pego no contrapé. A proteção cambial e contra a inflação são fundamentais neste momento", afirma Gustavo Arruda, economista-chefe da gestora Black Swan Capital.

Essa combinação de fatores cria um ambiente onde ativos de maior risco, como ações de crescimento e small caps, tendem a sofrer mais. As consequências práticas são claras:

  • Aumento da volatilidade: Movimentos bruscos na bolsa se tornam mais frequentes.
  • Pressão sobre o câmbio: A incerteza local e o dólar forte no exterior pressionam o Real.
  • Erosão do poder de compra: A inflação, mesmo que controlada, segue como um desafio para a rentabilidade real dos investimentos.


Análise Detalhada: 3 ETFs para Blindar sua Carteira

Para navegar neste mar de incertezas, os ETFs surgem como uma ferramenta eficiente, barata e acessível. Selecionamos três ativos que endereçam os principais riscos do momento.

Disclaimer Importante: Este artigo tem caráter puramente educacional e informativo. Os ativos mencionados não constituem uma recomendação de compra ou venda. A decisão de investimento é pessoal e deve ser tomada após análise individual e, se necessário, com o auxílio de um profissional certificado.


1. Ouro (GOLD11): O Refúgio Clássico Contra o Caos Global

  • O que é: O GOLD11 é um ETF que busca replicar a performance do ouro, o ativo de segurança mais antigo do mundo. Sua cotação varia conforme o preço da commodity no mercado internacional e a variação do dólar.
  • Por que protege: O ouro possui uma correlação historicamente baixa (ou negativa) com o mercado de ações. Em momentos de pânico, estresse geopolítico ou crises de confiança em moedas fiduciárias, investidores de todo o mundo recorrem a ele, fazendo seu preço subir. Ele funciona como um "seguro de carteira".
  • Insight Kovespa: A principal vantagem do GOLD11 não é a rentabilidade, mas a descorrelação. Enquanto sua carteira de ações pode sofrer com o risco-Brasil, o ouro tende a reagir a fatores globais, equilibrando a performance geral. Uma alocação tática de 3% a 5% já cumpre um papel defensivo relevante.

2. Dólar via S&P 500 (IVVB11): Proteção Cambial com Exposição Internacional

  • O que é: O IVVB11 replica o S&P 500, índice das 500 maiores empresas dos EUA. Embora seja um ativo de renda variável, seu grande trunfo para o investidor brasileiro é a exposição cambial, pois o fundo é cotado em reais, mas lastreado em ativos dolarizados.
  • Por que protege: Em momentos de crise interna ou aversão ao risco no Brasil, a tendência histórica é de forte desvalorização do Real frente ao Dólar. Ao investir no IVVB11, mesmo que o S&P 500 fique estável, o investidor ganha com a alta da moeda americana, protegendo seu poder de compra em dólar. Desde o início do ano, o dólar já acumula uma valorização de 9,5% frente ao real.
  • Insight Kovespa: Encare o IVVB11 menos como uma aposta na bolsa americana e mais como uma forma eficiente de dolarizar parte do patrimônio. Diferente de comprar papel-moeda, você se expõe a um ativo que gera valor (as maiores empresas do mundo) e obtém o hedge cambial simultaneamente.


3. Renda Fixa Atrelada à Inflação (BMAX11): O Escudo Contra o Dragão Inflacionário

  • O que é: O BMAX11 é um ETF de renda fixa que investe em uma carteira de títulos públicos federais atrelados ao IPCA, com vencimentos acima de 5 anos (NTN-Bs). Ele reflete a performance do índice IMA-B 5+.
  • Por que protege: Sua função é proteger o capital da corrosão inflacionária, garantindo um retorno real (acima da inflação). Em um cenário de incerteza fiscal como o brasileiro, ter uma parte da carteira alocada em ativos que pagam IPCA + juro real é uma das defesas mais robustas contra a perda do poder de compra no longo prazo.
  • Insight Kovespa: O BMAX11 é uma alternativa prática ao investimento direto no Tesouro IPCA+. Ele oferece diversificação de vencimentos em uma única cota e liquidez diária na bolsa, facilitando o manejo da posição. É ideal para objetivos de longo prazo, como a aposentadoria, garantindo a manutenção do patrimônio contra a inflação brasileira.
ETF     Ativo Principal             Risco Principal que Mitiga               Volatilidade EsperadaFunção Estratégica na Carteira     
GOLD11Ouro Físico (Spot)         Risco Geopolítico / Crises Globais       Moderada a Alta       Seguro (Hedge de Cauda)           
IVVB11Ações do S&P 500           Desvalorização do Real (Risco-País)     Alta                 Dolarização e Proteção Cambial     
BMAX11Títulos Públicos (NTN-B)   Inflação (IPCA) / Risco Fiscal           Baixa a Moderada     Preservação de Capital / Renda Real


Conclusão

Investir em 2025 não é sobre prever o futuro, mas sobre estar preparado para diferentes cenários. A incorporação de ETFs como GOLD11, IVVB11 e BMAX11 em uma carteira de investimentos não é um sinal de pessimismo, mas de maturidade e gestão de risco sofisticada. Eles permitem que o investidor construa uma defesa robusta, diversificando não apenas os ativos, mas, principalmente, os fatores de risco. Em um ambiente onde a única certeza é a incerteza, a melhor defesa não é apenas o ataque, mas uma estratégia bem planejada e protegida.

Agora, analise sua carteira: ela está preparada para a volatilidade do segundo semestre ou exposta demais a um único tipo de risco?


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